Especialista alerta sobre os cuidados para evitar o desenvolvimento da doença
Buscando prevenir e conscientizar a população acerca do câncer de mama em cachorros e gatos, o Outubro Rosa Pet ainda encontra desafio para ser reconhecido por tutores. De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a incidência de tumores em cadelas é mais comum a partir dos 07 aos 12 anos de idade. Já em gatas, as neoplasias são mais frequentes entre 10 e 11 anos. Ainda segundo o Órgão, outro dado alarmante é que a maioria é maligna e diagnosticada em fase de metástase.
Assim como em humanos, o câncer de mama em animais é caracterizado pelo aparecimento de nódulos rígidos e irregulares no decorrer das duas cadeias mamárias, no pescoço ou perto das patas. E o diagnóstico precoce pode aumentar as chances de sobrevida. Por isso, é essencial que os tutores realizem exames de toque periódicos em seus pets em busca de caroços, inchaços, vermelhidões e secreções atípicas. Para isso, deve-se aproveitar os momentos de lazer para apalpar o abdômen, desde o pescoço até as regiões íntimas.
A veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte, Isabella Carvalho, alerta para o uso das populares injeções contraceptivas. De acordo com pesquisas científicas, a aplicação de hormônios, como os progestágenos e estrógeno-progestágenos, podem aumentar as chances de desenvolvimento de câncer no pet. “Essa doença surge devido a um distúrbio hormonal que ocorre naturalmente durante o cio, mas se agrava com o uso da injeção anticoncepcional”, afirma.
A castração é o procedimento mais indicado para a prevenção de neoplasias e diminuição de recidivas. Já o tratamento depende de cada caso, consistindo em cirurgia para retirada dos nódulos ou da cadeia mamária (mastectomia), bem como sessões de quimioterapia ou radioterapia. Além da presença de cistos, é essencial ficar atento ao comportamento dos animais de estimação. Sintomas comuns incluem emagrecimento exagerado, feridas que não cicatrizam (úlceras), problemas para urinar ou respirar e dificuldade para mastigar ou deglutir.
Segundo Isabella, há algumas espécies de pets com maior predisposição ao desenvolvimento de câncer, tais como cachorros Yorkshire, Maltês, Pastor Alemão, Poodle, Shih Tzu, Dachshund, Boxer e até aqueles sem raça definida. No caso dos gatos, é preciso redobrar a atenção, especialmente, nos Siameses e Persas. Independentemente da raça, “é importante manter o acompanhamento periódico com um médico veterinário, evitar o uso indiscriminado da injeção anticoncepcional e realizar a castração do animal o mais rápido possível para aumentar a sua sobrevida”, complementa a profissional.
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